Brasil e Uruguai Avançam na Integração Energética com Novo Acordo Generación, Integración

13/02/2025

Brasil, Uruguay

Memorando prevê maior eficiência no intercâmbio de energia e redução
de custos para consumidores brasileiros

Brasil e
Uruguai deram um passo significativo na integração energética da América do
Sul. Os dois países assinaram, na última quarta-feira (12/02), em Montevidéu,
um Memorando de Entendimento para aprimorar as condições de intercâmbio de
energia elétrica. O objetivo é aumentar a confiabilidade do sistema, reduzir
custos para os consumidores brasileiros e descongestionar a rede elétrica no
sul do Brasil.

O acordo
prevê a transferência do ponto de entrega da energia uruguaia da Subestação
Presidente Médici (230 kV) para a Subestação Candiota II (525 kV), no Rio
Grande do Sul. Com isso, será possível utilizar uma infraestrutura de maior
capacidade, reduzindo riscos de sobrecarga e interrupções.

Brasil
fortalece liderança energética na América do Sul

O ministro
de Minas e Energia, Alexandre Silveira, destacou que o intercâmbio energético
com o Uruguai já ocorre de forma contínua e traz benefícios para ambos os
países. “O Uruguai tem importado cada vez mais energia do Brasil e, quando
precisamos, nos exporta também. Essa integração regional fortalece a
confiabilidade do sistema e reduz custos, trazendo ganhos para os dois lados da
fronteira”, afirmou Silveira.

A
assinatura do memorando ocorreu durante a IX Mesa de Diálogo do Sistema de
Integração Energética dos Países do Sul (SIESUR), fórum que reúne líderes do
setor elétrico da América do Sul para debater políticas de cooperação
energética.

A migração
do ponto de entrega para a rede de 500 kV ajudará a desafogar o sistema de 230
kV do Rio Grande do Sul, que está sobrecarregado devido ao avanço das energias
renováveis na região. O Ministério de Minas e Energia já anunciou que tomará as
medidas necessárias para efetivar a interligação entre as Subestações Candiota
e Candiota II, garantindo a operacionalização plena do novo fluxo de energia.

Exportação
e importação de energia: equilíbrio estratégico

O
fortalecimento da interconexão elétrica entre os dois países ocorre em um
momento de aumento na capacidade de exportação de energia do Brasil. Somente na
primeira semana de fevereiro, o Brasil enviou 1.093 MW médios para a Argentina
e o Uruguai – um volume equivalente a toda a geração termelétrica do Sul do
país no mesmo período.

A melhora
no fornecimento interno de energia, impulsionada pela recuperação dos
reservatórios das hidrelétricas e pela expansão das fontes renováveis, tem
permitido ao Brasil reduzir a geração por termelétricas mais caras e exportar
excedentes para os países vizinhos.

Essa
estratégia gera um impacto positivo direto para os consumidores brasileiros. A
energia disponibilizada no mercado de curto prazo para exportação vem de fontes
térmicas fora da ordem de mérito (ou seja, de custo elevado) ou de
hidrelétricas que, de outra forma, precisariam verter água sem gerar energia.
Isso reduz custos internos e contribui para a modicidade tarifária.

Por outro
lado, o Brasil só importa energia do Uruguai quando ela tem um custo inferior
ao das fontes disponíveis no país. Em 2024, essa estratégia gerou uma economia
superior a R$ 750 milhões para o sistema elétrico brasileiro.

Integração
energética: o futuro do setor elétrico na América do Sul

A
cooperação energética entre Brasil e Uruguai se insere em um contexto mais
amplo de integração elétrica na América do Sul, com potencial para trazer ainda
mais benefícios para a segurança energética da região.

A longo
prazo, esse tipo de intercâmbio pode ajudar a tornar os sistemas elétricos dos
países sul-americanos mais resilientes, garantindo maior eficiência na
utilização dos recursos energéticos e fortalecendo o desenvolvimento de
energias renováveis.

Com essa
parceria reforçada, Brasil e Uruguai avançam rumo a um modelo energético mais
eficiente, sustentável e economicamente vantajoso para seus consumidores. (Cenário
Energia – Brasil)