Nordeste reúne R$ 180 bilhões em novos investimentos eólicos Generación

13/09/2023

Brasil

RN projeta atingir mais de 13 GW eólicos em 2026 e Alagoas encomenda estudos
para diversificar sua matriz para além da biomassa e alocar melhor seu consumo
mais eletrointensivo

Dos 937
parques eólicos instalados no Brasil, 827 estão no Nordeste, com a liderança
individual recaindo em 261 parques em operação no Rio Grande do Norte. Em sua
fala no Brazil Windpower nessa terça-feira, 12 de setembro, a governadora do
estado, Fátima Bezerra, salientou que o planejamento estratégico potiguar está
focado na expansão das renováveis olhando também para a fronteira offshore,
citando como um dos trunfos do seu primeiro mandato o projeto Porto Indústria
Verde, o primeiro porto a ser instalado no país originalmente voltado para essa
indústria, envolvendo também o hidrogênio verde e seus derivados.

“Temos
produção de 8,4 GW eólicos e mais de R$ 30 bilhões em novos projetos
contratados, com a previsão de chegar a 2026 a casa de 13,4 GW ”, destaca a
governadora, afirmando que os demais estados da região trabalham com carteira
que passa dos R$ 150 bilhões em aportes, rogando pela necessidade dos novos
leilões de transmissão e a prorrogação das medidas tributárias. Atualmente o RN
tem 95% da sua energia consumida oriunda de fontes renováveis.

Fátima
também mencionou a primeira planta piloto de H2 verde voltado ao combustível
avançado a ser construída no estado, em parceria com o Senai e cooperação
Brasil-Alemanha, além dos lançamentos da semana passada envolvendo estudos
técnicos locacionais voltado a apontar a infraestrutura necessária para a
transmissão da energia offshore no futuro.

Segundo
ela, todas as ações acontecem em parceria com a academia, a partir de três
agendas imprescindíveis. “Fazer o dever de casa, aprovando os marcos
regulatórios; discutir a tributação de forma clara e objetiva e que a transição
energética passe pelo crivo da justiça social”, reforça.

Alagoas
quer diversificar matriz

Em outra
apresentação no primeiro painel do evento, a vice-presidente Operacional da
Companhia de Saneamento de Alagoas (CASAL), Laura Petri, representando o
governador Paulo Dantas, ressaltou a liderança do estado na biomassa de cana e
com grande potencial a partir do bagaço e eucalipto, assim como nas fontes
eólica e solar, citando uma usina que está sendo implementada pela Veolia em
Marechal Deodoro, além de um parque da Casa dos Ventos e os desafios no setor
fotovoltaico.

“O objetivo
da nova gestão é diversificar a matriz trazendo outros projetos, e para isso
estamos fazendo alguns estudos a serem finalizados ao fim do ano para atração
ao estado a partir de diretrizes para tecnologia verde”, explica a executiva,
que conversou durante o evento com a presidente-executiva da ABEEólica, Elbia
Gannoum, sobre a retomada e atualização do atlas eólico do estado.

Com relação
ao hidrogênio ela informou conversas avançados com a Equatorial Energia para
entrar na chamada pública estratégica prevista pela Aneel ainda nesse ano, com
um projeto para desenvolver o vetor energético, receber empresas, e gerar valor
capacitando as pessoas e melhorando a vida da população.

Por fim,
Laura destacou que além de produzir água a CASAL pretende produzir energia
também, já que é a consumidora mais eletrointensiva de Alagoas, a um custo
mensal de 15 mil MWh. “26% alocamos em GD solar, 40% ao mercado livre e os 30%
restantes ainda estão sendo estudados para melhor escolha”, finaliza. (CanalEnergia – Brasil)